segunda-feira, 14 de julho de 2014

A viagem ao Farol de Santa Marta continua…

Uma vez chegados ao farol mais emblemático de Cascais, aguardava-os Ana, a monitora museológica.

- Sejam bem-vindos ao Farol-Museu de Santa Marta! - Disse Ana, que os recebera na antiga bateria inferior.

Muito ordeiramente, par a par, lá foram em fila indiana conhecer o primeiro núcleo museológico, dedicado aos faróis portugueses. Num misto de tecnologia e História, Ana, lá ia explicando, perante as bocas abertas dos gaiatos, o que eram as lentes de Fresnel. Mereceu especial destaque, o painel do aparelho óptico central que estivera no Farol das Berlengas, com os seus 3,70m de altura. Quando Ana se colocou por trás da gigantesca lente, e os petizes viram a imagem da monitora aumentada, foi grande a gargalhada geral. Talvez tivesse sido esse o momento mais marcante, recordara mais tarde Salvador.

Seguidamente, passaram ao segundo núcleo museológico, dedicado à passagem de Santa Marta, através dos tempos, de forte a farol, até museu, mais recentemente.

Salvador bebia com muita atenção tudo o que Ana dizia sobre o antigo ofício de faroleiro: os instrumentos que se usara, o registo minucioso no seu diário das ocorrências, quer em dias de nevoeiro, como em noites iluminadas pelo brilho das estrelas.

Então, já sabem para que servem os faróis? - Perguntara-lhes Ana, despertando-lhes o interesse. - Quem acende e desliga a luz do farol? 
Sabem, os núcleos museológicos eram antigamente, as casas das famílias de faroleiros que por cá viviam.

Finalmente, subiram à bateria superior e daí puderam ver desenhado entre o mar e a marina, o farol mais bonito de Cascais.

- Tão alto! - Dizia Salvador, tentando avistar a lanterna vermelha do farol.

- Pois é Salvador, é alto, são quase vinte Salvadores empoleirados uns nos outros… dizia Ana, e prosseguia conduzindo o grupo que se precipitava para a porta do farol. E continuava: - Querem subir lá acima? Tenho tanto ainda para vos contar… mas agora, vamos subir, devagar e com cuidado, por favor… venham!

A vista lá em cima era tão deslumbrante, tão deslumbrante, que Salvador, já não via somente o que via… no varandim vermelho do farol, olhava no horizonte, onde o azul do mar se encontra e se confunde com o azul do céu, a linha arredondada da terra e sonhava… mas Ana, tal como a professora Elisabete, tantas vezes fizera na sala de aula, colhera-lhe os pensamentos e fazia-o regressar…

 - Salvador, vem, desce, vamos agora escutar uma história, queres?

(continua)

Julho, 2014.







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